
Álvaro Mendonça Junior conta sobre os seis meses em que estudou na Itália. “Em poucas palavras, foi a melhor experiência da minha vida”.
Por: Álvaro José Mendonça Junior
Fiz um intercâmbio de um semestre para a Università Bocconi em Milão. Escolhi na época essa universidade, porque queria conhecer a Itália, simples assim. Minha família é de origem italiana e embora não falemos com mais ninguém do velho continente, queria conhecer.
Realmente foi a decisão mais acertada da minha vida. Descobri depois a importância de se escolher bem o local do intercâmbio. Pelo que conversei com meus amigos na época e depois que voltamos, cheguei a conclusão de que existem dois tipos de intercâmbio.
Um deles é o realmente acadêmico, onde o aluno escolhe uma universidade muito conceituada, Vai ficar internado na biblioteca, terá aulas com os melhores professores. Vai aprender em primeira mão com aqueles que desenvolvem as últimas teorias sobre a nossa área.
E tem o segundo tipo, no qual você aprende muito na faculdade (se escolher as matérias direito), mas não tem que se matar de estudar e pode aproveitar um pouco. É um intercâmbio muito mais cultural. Foi o meu caso. Aprendi muito, tive excelentes aulas de estratégia e marketing, que na época não eram oferecidas no Insper. Ao mesmo tempo, consegui viajar e conhecer bem a Itália, algo que realmente adorei fazer.
Além disso conheci pessoas de vários países, percebi as diferenças de estilo delas, e revi a minha impressão sobre algumas culturas. Fiz grandes amizades que cultivo até hoje.
A coisa mais importante para essa experiência ser um sucesso é você pensar o que quer tirar dela. Isso te ajudará a definir o país, a instituição e o que você irá estudar. Para mim, um intercâmbio mais cultural e relax foi a escolha certa.
Você vai se desenvolver de várias maneiras, independente do lugar para onde for. Vai ter um crescimento pessoal e profissional. A questão é ver como você quer balancear esse tempo no exterior.
Em um mochilão que fiz, me deparei com a seguinte frase em um bar em Barcelona “The World is a Book and those who don’t travel only read one page”. Acredito que ela resume bem o espírito do que foi o meu intercâmbio. E tem guiado as minhas decisões de viagens.
A experiência, especialmente uma intensa como o intercâmbio, permite que você complete esse livro de forma muito mais rápida. E aprenda e amadureça de uma forma indiscutível.
Algumas dicas que eu deixo. Estude bem suas opções antes de ir, converse com as pessoas que já fizeram intercâmbio para entender o que as motivou. Você não pode ir simplesmente porque está na moda. Se fizer isso não vai se desenvolver.
Tenha uma conversa honesta consigo mesmo, para identificar o que você quer. Veja se o intercâmbio acadêmico é o que você realmente quer, ou se prefere um intercâmbio profissional ou voluntário. Tome um tempo descobrindo o que você quer. O intercâmbio é um investimento, então tenha certeza de estar fazendo um bom investimento.
Termino com uma mensagem Budista que recebi há algum tempo atrás, na qual também acredito muito. “Viajar é uma forma de educação ao ar livre, é o meio de expandir nossa visão e conhecimento do mundo”.
Pense nisso ao escolher o seu intercâmbio. Que tipo de educação você deseja?
Alvaro Mendonça Junior é Consultor de Empresas. Estudou Administração no Insper onde se formou em 2010. Fez seu intercâmbio para a Universitá Bocconi em 2008.
Andrea Tissenbaum, a Tissen, escreve sobre estudar fora e a experiência internacional. Também oferece assessoria em educação e carreiras internacionais.
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